sexta-feira, 28 de março de 2008

Vontade passageira

De vez em quando dá uma tristezinha súbita e passageira. Assim, como um ventinho gelado que nos estremece. Uma chateação... Saudades de gente que está longe, de gente que já foi, de gente que está perto. E assim como veio a tristeza ela vai. Quem está longe manda um e-mail, quem já foi deixa uma boa lembrança e quem está perto nos visita. Daí a gente vive mais pra conhecer mais gente que vai deixar saudades um dia e assim ciclicamente até que a gente se vá.

De vez em quando dá também um mau humor e um enjôo de tudo e de todos. Vontade de se esconder num buraco com “algum remédio que te dê alegria”. Vontade de ir morar longe, de conhecer outra coisa, de expandir o quadrado e de deixar tudo que está para trás.

Mas também de vez em quando dá vontade de deixar tudo como está, de ficar em casa, de assistir novela das oito, de tomar café-da-manhã, almoçar, jantar, dormir e acordar. De brincar com o cachorro, de reclamar da vizinha, de falar mal da vida alheia. Assim como vem, também essa vontade se vai, com a mesma inconstância de todas as nossas outras vontades.

E de vez em quando, ainda, dá uma vontade de escrever. Que, da mesma forma, vai embora.

2 comentários:

Anônimo disse...

Com todo mundo é assim, né, linda?
Não imagino alguém que possa se sentir sempre do mesmo jeito sobre tudo. E tem seu lado bom: a gente faz coisa nova, conhece pessoas novas, inventa moda... e deixa ainda espaço pralgumas das velhas!
beijo.

ítalo puccini disse...

isso é viver :)

e este verso do Cazuza é mais um dentre tantos maravilhosos dele ^^

bj