quarta-feira, 9 de abril de 2008

A respeito de senhor

Não gosto quando me chamam de senhora. Tenho 29 anos, carinha de 20, sou moça, senhorita, rapariga; não sou senhora e nunca serei. Esses tempos, discuti num bar com amigos. Segundo eles, pessoas mais velhas ou hierarquicamente superiores devem, sim, ser chamadas de senhor.

Eu nunca na minha vida chamei minha mãe de senhora, nem minha avó, nem meu avô e, nem por isso, os tratei com desrespeito. Meu respeito independe de rótulos; minhas ações falam mais alto. E, hoje em dia, com o culto à juventude, ninguém mais quer ser chamado de senhora.

Tem gente que tem cara de senhor, jeito de senhor, fala de senhor. A esses eu me refiro como senhor. Mas é só. Inclusive, tem vezes que me sinto ofendendo alguém ao chamá-lo de senhor.

Dizem os meus amigos que abro caminho para me desrespeitarem não chamando as pessoas de senhor ou senhora. Digo que não, que minha maneira de me portar é que me impõe o respeito necessário. Aliás, não precisa tanto. Até certo limite, gosto de brincar e que brinquem comigo. Adoro a informalidade, apesar de trabalhar em ambientes corporativos.

Se for pra desrespeitar, não importa do que me chamem. Já ouvi muito: Minha senhora, vai tomar no cu! Meu senhor, estou falando com você! A senhora é uma puta! Até Vossas Excelências já foram muito xingadas nessa vida.

Portanto, senhores e senhoras, respeito é bom pra todo mundo, até pra tu!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Tantã

Tanta gente nessa vida
Tanta coisa proibida
Tanto tudo pra aprender
Tanto não a receber

Tanta tanta tanta vida
Tanta gente espremida
Tanto ser tanto querer
Tanto tempo pra sofrer

Tanto soco tanta briga
Tanto horror tanta intriga
Tanto tanto pra saber
Tanto olhar e tanto ver

Tanto amigo tanta amiga
Tanta sorte nessa vida
Tanto chute de doer
Tanto ser pra merecer

Tanta coisa escondida
Tanto pus tanta ferida
Tanto ler e conhecer
Tanto lutar e não vencer

Tanta tanta tanta vida
Tanta luz e tanta briga
Tanto tudo pra querer
Tanto não a receber