segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Tudo meu


Acordei com vontade de conquistar o mundo. Tudo meu, tudo meu!, como diz meu irmãozinho. O Iraque, a Indonésia, Cuba e outros probleminhas eu daria como desafio a alguns amigos que gostam da brincadeira. Ou talvez a inimigos; estes gostam mais ainda da coisa. Tudo meu, só pra ter o gostinho do super poder, que deve ter mais notas doces que amargas. Só pra eu poder fazer e desfazer, ir e vir e botar caos na ordem. Depois alguém arruma a bagunça. Já pensou? A minha Paris, a minha Beverly Hills, o meu Nepal, o meu Havaí. Tudo, tudo meu! Se surgisse o tédio, faria donativos. Quer a Suíça, amiga? É tua. O Pólo Norte todinho? Pega, filho, leva. Porque, claro, sou poderosa, mas também desapegada. Gente humilde, saca? O rico de berço mesmo. Talvez eu não acordasse mais com essa gana, não teria mais doenças psiquiátricas e psicossomáticas, porque tudo seria muito livre, leve, solto. Mas, por outro lado, pode ser que tudo isso se agravasse, só que eu teria muito apoio de todo mundo. Do mundo todo, entendeu? Caos, caos, muito caos! Afinal, a gente não vive num país cujo “slogan” é “ordem e progresso”? E alguém sabe onde está a ordem? Quem sabe, o caos não arruma tudo isso. O Chico Science, que morreu em desordem, já disse algo parecido um dia. Vai ver ele estava certo. Vai ver eu estou certa. E só falta o mundo ser meu. Tudo meu, tudo meu!